Alunos vão representar o Brasil em torneio mundial de Física na Austrália

Está chegando o momento de Diogo Rodrigues Bercito, da 2ª série do Ensino Médio do Objetivo Alphaville, e Emanuelle Roberta da Silva, da 2ª série do Objetivo Paulista, representarem o Brasil no Torneio Internacional de Jovens Físicos (International Young Physicists’ Tournament – IYPT), na Austrália.

Os dois alunos foram selecionados por um rigoroso júri, em 16 de maio, no Ciclo Básico do Instituto de Física da Unicamp, após um último confronto entre as equipes da competição. No primeiro round, os alunos fizeram as exposições de problemas em língua inglesa e somente na segunda rodada puderam apresentar as soluções em português. “Desta vez, o combate final foi realizado individualmente, de pessoa contra pessoa”, explica Emanuelle, que em 2003 integrou a equipe brasileira da Olimpíada Internacional de Astronomia.

“Enquanto um apresenta a resolução do problema, outro promove questionamentos e um terceiro faz as revisões das atuações. Depois os papéis são invertidos, enquanto os juízes observam e avaliam os desempenhos”, explica o professor Ronaldo Fogo, responsável pelas aulas olímpicas de Física no Colégio.

Inicialmente, a competição reunia 32 equipes, de várias partes do País, que solucionaram e demonstraram complicados problemas de Física, de forma convincente e crítica, para os especialistas que formaram o corpo de jurados. Nos dias 23 e 24 de abril, os 12 grupos selecionados disputaram a semifinal e, destes, apenas nove foram para a final, que ocorreu no dia 25 de abril. O resultado foi divulgado na tarde do mesmo dia: cinco equipes vencedoras e, dentre elas, duas do Colégio Objetivo. Apenas um aluno de cada equipe foi classificado para integrar a equipe brasileira.

Até 24 de junho, dia do embarque para a Austrália, Emanuelle e Diogo farão reuniões nos fins de semana com a equipe no Colégio Objetivo, na Unicamp e na UFSCar para treinar e ganhar entrosamento. “É uma experiência de vida única, totalmente única. Imagine só, vou passar minha vida inteira lembrando que estive no IYPT disputando com poloneses, russos e coreanos”, brinca Diogo.

Diferentemente das Olimpíadas já realizadas em nosso país, as questões do IYPT são previamente conhecidas e os competidores precisam preparar apresentações em inglês com Power Point, slides e vídeos, além de fazer experiências, dando um tratamento teórico e prático aos problemas.

Os jurados eram mestres e doutores da USP, USP São Carlos, UFSCar, Unicamp e Unip, estudantes de pós-graduação do Instituto de Física da Unicamp e monitores graduandos do Instituto de Física e da Escola Politécnica da USP. Além da solução de problemas, eles avaliaram os estudantes em sua forma de apresentação e observaram os comentários mais consistentes sobre os temas.

Saiba mais sobre o Torneio
O Torneio de Jovens Físicos foi criado pelo Departamento de Física da Universidade Estatal de Moscou, em 1979. No início, era destinado apenas a estudantes de escolas locais e só em 1994 se tornou internacional.

Desde seu início, o IYPT é uma disputa entre times de estudantes do Ensino Médio com habilidade para a solução e demonstração de problemas de natureza científica, em sessões eliminatórias denominadas Physics Fights.

É a primeira vez que o Brasil será representado no IYPT, que está em sua 17a edição. No ano passado, o professor Ozimar da Silva Pereira, atual coordenador do evento, membro da comissão organizadora da Olimpíada Paulista de Física e diretor-executivo da APROFI (Associação Paulista dos Professores de Física), participou da competição internacional como observador. “Em 2003, a Unip acolheu e apoiou o projeto desde o início e patrocinou inclusive a minha ida a Uppsala, Suécia, quando foi feito o convite para o Brasil participar do Torneio Internacional”, comentou Pereira. Esse torneio tem reconhecimento oficial da Sociedade Europeia de Física.

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